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quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Presença

É preciso que a saudade desenhe tuas linhas perfeitas,
teu perfil exato e que, apenas, levemente, o vento
das horas ponha um frêmito em teus cabelos...

É preciso que a tua ausência trescale
sutilmente, no ar, a trevo machucado,
as folhas de alecrim desde há muito guardadas
não se sabe por quem nalgum móvel antigo...

Mas é preciso, também, que seja como abrir uma janela
e respirar-te, azul e luminosa, no ar.
É preciso a saudade para eu sentir
como sinto - em mim - a presença misteriosa da vida...

Mas quando surges és tão outra e múltipla e imprevista
que nunca te pareces com o teu retrato...
E eu tenho de fechar meus olhos para ver-te.

(Mario Quintana)

RMoon

2 comentários:

Manu disse...

Olá Reggina!

Na memória está guardada uma imagem
de alguém distante, há muito ausente
mas tal qual como uma terna miragem
é tão nítida que quase se vê e sente

É interessante ver como a poesia pode revelar a extrema grandeza de um sentimento. Beijos

M@ria & Reggina Poesias disse...

Manu,

Obrigada por sua visita, seu Blog também é também um lugar aonde gosto sempre de estar...

Um beijo!!

Reggina Moon