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sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Bruxa...Graças à Deus!

Sou bruxa, sim
e daí?
sou mulher, corajosa
que pensa,
que luta
que adora ser Bruxa!
Bruxa de vassoura,
sem vassoura,
que viaja na abóbora,
de avião,
na internet,
no chevete.
Não importa,
sou bruxa,
sou mulher
sou bruxa que tem fé
bruxa que acredita,
na vida
na mutação,
na transformação.
Bruxa que que ama,
por isto insiste
que na vida
sempre tem uma saída!!


(Antonia Aleixo)

RMoon

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Enlevo


A tarde se fez clara e morna
Antecipava delícias no fresco ar.

Todos meus sentidos diziam achar
Que Eu devia saber, voce ia chegar.

E veio assim sem permissão
Me senti suspensa, fora do chão
No peito um forte aperto no coração .

Quando me virei teus olhos alcancei
tantas palavras pra dizer mais calei.

Na hora do abraço em êxtase fiquei
A ternura e o encanto que sempre sonhei
existe sim entre nós agora Eu sei .

Corpo e alma num enlevo de se dar
nesta tarde morna docemente a nos amar.


Lete Dias

M@ria

Bebido o luar


Bebido o luar, ébrios de horizontes,
Julgamos que viver era abraçar
O rumor dos pinhais, o azul dos montes
E todos os jardins verdes do mar.

Mas solitários somos e passamos,
Não são nossos os frutos nem as flores,
O céu e o mar apagam-se exteriores
E tornam-se os fantasmas que sonhamos.

Por que jardins que nós não colheremos,
Límpidos nas auroras a nascer,
Por que o céu e o mar se não seremos
Nunca os deuses capazes de os viver.


Sophia de Mello Breyner Andresen

M@ria

Entardecer

Sinto a noite chegando
E sei que ainda não fiz nada
Do que vim fazer aqui

Tenho aqui milhares de palavras
A espera de serem ditas
Energia explodindo em meu corpo
Pela tensão de coisas
Na eminência de serem feitas
Tenho uma urgência
Uma ânsia
Que sei que não me deixará dormir

O sol se esconde
E rompe dentro de mim
O arrependimento

De ter calado quando deveria ter falado
Ter deixado as lágrimas correrem pelos olhos
Quando deveria tê-las deixado vazar pela boca
Ter desistido quando deveria ter insistido
Ter mudado lá atrás os atalhos do caminho

Sei que deveria ter feito bem mais
Sei que poderia ter feito tudo melhor...
Mas a noite chega;
Encerra-se mais um dia

Amanhã!...
Amanhã
É mais um dia pra acertar
Com certeza: Não cometerei mais os mesmos erros!

(Victtoria Rossini)
RMoon

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Continua, menina!


O céu que veio a noite,
vagando entre nuvens,
viu-te com assombro,
tamanha era solicitude
no seu olhar... marejar
os castanhos e luminosos
ráios, faíscas de amor...
A noite trouxe teu íntimo,
não acordas-te de madrugada
já quando ia a lua embora,
acordas-te quando já ia a vida,
mundo afora... e agora?
Continua menina, continua.
pois a vida é tua...
e arde o desejo de viver...


Arruda Bonfáh

M@ria

Sentidos


O meio termo já não me satisfaz.
Nem pessoas máximas vazias
Nem as ínfimas cheias de mais.
Se por isso me sentencias
Se não me compreendes mais
Digo-te novamente:
É a essência que busco!
Um coração cheio de gente
E não gente cheia de razão.
Quero a carne o osso, a alma
Quero tudo intensamente.
Quero dessa louca vida calma
Desde o fruto
Até a semente!


Carolina Salcides

M@ria

Soltei palavras ao vento...
Palavras soltas como
Pássaros de asas abertas
Que não possuem destino,
Nem desatino, apenas pulsam em vôos livres...
Pois que voem livres as palavras,
Que ecoem em canções e gemidos.
Em pranto e prece, até que se calem
Todas as feridas, todas as iras...
Que a palavra finalmente expressa,
Seja livre, doce e calma
Definitivamente liberta, pois...
Hoje quero esta calma,
Azul e mar,
Sono e cama,
Silêncio e carinho...


Sonia Schmorantz

M@ria

segunda-feira, 26 de outubro de 2009


"Me ajuda que hoje eu tenho certeza
absoluta que já fui Pessoa ou Virginia Woolf
em outras vidas, e filósofo em tupi-guarani,
enganado pelos búzios, pelas cartas,
pelos astros, pelas fadas. Me puxa para fora
deste túnel, me mostra o caminho para baixo
da quaresmeira em flor que eu quero encontrar
em seu tronco o lótus de mil pétalas do topo da minha
cabeça tonta para sair de mim e respirar aliviado e
por um instante não ser mais eu, que hoje não
me suporto nem me perdôo de ser como sou sem solução".


Caio Fernando Abreu

M@ria

Dá me a tua mão


Dá-me a tua mão:
Vou agora te contar
como entrei no inexpressivo
que sempre foi a minha busca cega e secreta.

De como entrei
naquilo que existe entre o número um e o número dois,
de como vi a linha de mistério e fogo,
e que é linha sub-reptícia.

Entre duas notas de música existe uma nota,
entre dois fatos existe um fato,
entre dois grãos de areia por mais juntos que estejam
existe um intervalo de espaço,
existe um sentir que é entre o sentir
- nos interstícios da matéria primordial
está a linha de mistério e fogo
que é a respiração do mundo,
e a respiração contínua do mundo
é aquilo que ouvimos
e chamamos de silêncio.


Clarice Lispector

M@ria
Mandaste-me dizer,
No teu bilhete ardente,
Que hás de por mim morrer,
Morrer muito contente.

Lançaste no papel
As mais lascivas frases;
A carta era um painel
De cenas de rapazes!

Ó cálida mulher,
Teus dedos delicados
Traçaram do prazer
Os quadros depravados!

Contudo, um teu olhar
É muito mais fogoso,
Que a febre epistolar
Do teu bilhete ansioso:

Do teu rostinho oval
Os olhos tão nefandos
Traduzem menos mal
Os vícios execrandos.

Teus olhos sensuais,
Libidinosa Marta,
Teus olhos dizem mais
Que a tua própria carta.

As grandes comoções
Tu, neles, sempre espelhas;
São lúbricas paixões
As vívidas centelhas…

Teus olhos imorais,
Mulher, que me dissecas,
Teus olhos dizem mais,
Que muitas bibliotecas!

(Cesário Verde)

RMoon

Estou aqui
apenas para uma visita breve
sem passaporte ou bandeira.

Sem limites... sem identidade.

Me deixando espalhar em pétalas
para que meu suave perfume um dia seja saudade.


(Rosy Moreira)

M@ria

Porque Era Ela, Porque Era Eu


Eu não sabia explicar nós dois
Ela mais eu
Porque eu e ela
Não conhecia poemas
Nem muitas palavras belas
Mas ela foi me levando pela mão
Íamos todos os dois
Assim ao léo
Ríamos, choravamos sem razão
Hoje lembrando-me dela
Me vendo nos olhos dela
Sei que o que tinha de ser se deu
Porque era ela
Porque era eu


Chico Buarque

M@ria

sábado, 24 de outubro de 2009

Amo!


Amo a terra! Amo o sol! Amo o céu! Amo o mar!
Amo a vida! Amo a luz! Amo as árvores! Amo
a poesia que escrevo e entusiasta declamo
aos que sentem como eu a alegria de amar!
Amo a noite! Amo a antiga palidez do luar!
A flor presa aos cabelos soltos de algum ramo!
Uma folha que cai! Um perfume pelo ar
onde um desejo extinto sem querer inflamo!
Amo os rios! E a estranha solidão em festa,
dessa alma que possuo multiforme e inquieta
como a alma multiforme e inquieta da floresta!
Amo a cor que há nos sons! Amo os sons que há na cor!
E em mim mesmo, – amo a glória de sentir-me um Poeta
e amar imensamente o meu imenso amor!…


José Guilherme de Araújo Jorge

M@ria

Ternas mãos


No olhar, o brilho traz a emoção,
desperta a sintonia do sentimento,
tomba a dor que existia em vão,
torna a luz destes pensamentos...

Se tão pouco sei de mim próprio,
em poemas, as respostas busquei.
Ainda nada explica este colóquio
dessas tantas coisas que nada sei...

É o certo, o que mais me fascina,
não aquelas imagens esculturais,
o padrão de uma beleza feminina.

Desproteja-se. Vejo, nada mais,
que, em seu olhar, toda a doçura,
e de suas mãos toda essa ternura...


Oswaldo Genofre

M@ria

Oferto Flores


Hoje pensei trazer flores
para enfeitar seu dia,
deixar alegria em sua vida
dar-lhe um pouco de carinho.

Rosas para mostrar minha amizade,
brancas, amarelas e as rosas,
pois são puras como a Mãe Maria.

Flores de muitas cores para ver o seu
sorriso, flores para aquecer seu coração,
flores que falem por mim,
que gritam minha gratidão.

Muitas flores ou um ramo,
oferto com todo carinho,
mostro meu sentimento
ofertando o meu abraço.

Receba estas flores!
Fui ao campo colher,
é a mais pura amizade
para ver seu sorriso nascer!


Marta Peres

M@ria

Mulher ao espelho

Hoje que seja esta ou aquela,
pouco me importa.
Quero apenas parecer bela,
pois, seja qual for, estou morta.

Já fui loura, já fui morena,
já fui Margarida e Beatriz.
Já fui Maria e Madalena.
Só não pude ser como quis.

Que mal faz, esta cor fingida
do meu cabelo, e do meu rosto,
se tudo é tinta: o mundo, a vida,
o contentamento, o desgosto?

Por fora, serei como queira
a moda, que me vai matando.
Que me levem pele e caveira
ao nada, não me importa quando.

Mas quem viu, tão dilacerados,
olhos, braços e sonhos seus
e morreu pelos seus pecados,
falará com Deus.

Falará, coberta de luzes,
do alto penteado ao rubro artelho.
Porque uns expiram sobre cruzes,
outros, buscando-se no espelho.

(Cecília Meireles)

RMoon

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Somos como as estações


Tem horas que os sentimentos
Passam por determinados momentos
Como se fossem cobertos pela sombra
Nos provocando certa escuridão
Que faz chorar o coração.

É como se a alma sentisse frio
Provocando intensos calafrios
Despertando uma carência
Pela saudade, pela ausência
Qual o motivo
Nem mesmo sabemos.

Nestas horas o sol perde o brilho
A flor mesmo bela não encanta
Nem o perfume dela se sente;
Nem mesmo a beleza presente
É capaz de transformar
A alma que está a chorar.

Como as estações
Assim são nossas emoções
Hora vivemos primaveras
Em outros longos verões
Porém também intensos invernos
E outono em outros momentos.


Ataíde Lemos

M@ria

Saudade de você...


Quanta algazarra a saudade me faz
Dói tanto que não me sinto em paz
Usa e abusa da minha sensibilidade
Choro e vem à tona toda fragilidade.

Saudade de um amor impossível
É sempre presente, inesquecível
No tempo que separa e atormenta
Fere o coração que já não agüenta.

Quantas lembranças à saudade me traz
Pessoas importantes que não vejo mais
Do valor que com amor me passaram
Na semente plantada se eternizaram.

Saudade também das minhas amizades
A vida fez distância e bate a saudade
Vínculo forte nunca me fez esquecer
Saudade maior é a que sinto de você.


Marisa de Medeiros

M@ria

Bordado Vivo

És uma música que vem ao mundo
despreocupada e inocente das partituras
ecoando ainda nos lábios adocicados dos ventos
que como o bordado vivo de um lençol
habitasse primeiro a correnteza do sangue
por onde explodem em melodia
tanto os sinos como a Filosofia

A tua incandescente luz atravessa
o fechar das pestanas as sombras
dos que têm o coração pequeno
e encantas qual caleidoscópio
aqueles que sabem florir
como os minúsculos pingos
no arco-íris depois das chuvas

És criança vestida de versos
nas páginas projetadas nos tetos
por onde viajam os meus olhos
por repetidas vezes
e eu te acaricio e endeuso
para repetir a minha única jura
- serás a fênix

Porque a tua sina entremeia-se
pelo impulsionar silencioso
das asas de um pássaro
no seu bater cadenciado
que os olhos não podem alcançar
para te levar comigo
como já levo
em transparente segredo
sonhando o dia em que resplandecerás
como girassóis no jardim da casa
e na seda do travesseiro
onde enfim eu descansarei
sorrindo
pela Poesia

(Cissa de Oliveira)

RMoon

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Anoitece


Brisa calma do mar
Sua música nos embala
No toque do violão
Sinto Meu Corpo em tuas mãos
Sua voz ecoa em minh’alma
Os olhos fecham e viajo
O cenário vira um quadro
O pôr do sol
A música no ar
Os olhares se cruzam
Bocas cálidas se encontram
O balé se forma
Dançamos o som dos corpos
Ouvimos a música da Alma
Cantamos ao som do prazer ...!!!


Lete Dias

M@ria

A musa e o poeta


No mar procurei inspiração
Nas ondas que quebravam em mim
Na cachoeira mergulhei meus desejos
Nas matas embrenhei em fim...

Perdi-me de desejos
Busquei na imensidão do céu
Alguma coisa que me inspirasse
E nas núvens,cinza, o véu...

Cinza, minha inspiração
Chumbo, meu coração
Fiz-me acanhado poema
Sem amor, sem emoção

Nos vãos das folhas que caem
eis que vejo um rosto
Era sua face rosada
Luz que encheu-me de posto.

Assim que vi me encantei
Sem saber, seu nome gritei
Nas matas seu nome ecoou
Musa! Em ti me inspirei!


Mando Mago Poeta

M@ria

Entrego-me

Entrego-me em tuas mãos
Seja dona do meu coração
Faça dele o que bem quiser
Dou-te tudo que puder
Sem reserva e sem pudor
Entrego-me ao seu amor.

Deixa que seja seu mar
Nele quero navegar
Ser sua flor preferida
O perfume de sua vida.
Quero ser o ar que respiras
A canção que te inspira.

Deixa ser o prazer de seu beijo
Estar no seu intimo desejo
Como um toque de magia
Realizar ocultas fantasias
Ser o calor que te aquece
O prazer que te enlouquece.

Ah! Entrego-me e deixo tudo ser
Para que de ti possa pertencer
Ser a ilusão e realidade
Que completa sua outra metade
Que te faça feliz plenamente
Em todos sentidos inteiramente.

(Ataíde Lemos)

RMoon

terça-feira, 20 de outubro de 2009

EU ESCREVI UM POEMA TRISTE


Eu escrevi um poema triste
E belo, apenas da sua tristeza.
Não vem de ti essa tristeza
Mas das mudanças do Tempo,
Que ora nos traz esperanças
Ora nos dá incerteza...
Nem importa, ao velho Tempo,
Que sejas fiel ou infiel...
Eu fico, junto à correnteza,
Olhando as horas tão breves...
E das cartas que me escreves
Faço barcos de papel!

Mario Quintana

M@ria

Poeta?!


Da-me tua mão?
Tira-me dessa escuridão
que se chama desamor.
Arranca do meu peito a dor
que me dilacera o coração!
De tristeza ando cansada...
Ensina-me a flutuar?
Mostra-me teu mundo mágico,
onde o amor existe e eu sinta
o que é ser amada!

Poeta?!
Sonhe comigo meus sonhos?
Vamos!
Lá o amor se deixa ser visto
e a felicidade também existe.
Sonharei que serei única
e com um beijo teu
esquecerei que sou triste...

Poeta?!
Peça ao amor que desperte
em mim o prazer adormecido.
Diga a ele que existo
e que me recuso partir
sem antes te-lo conhecido.

Quero apenas senti-lo,
_ que seja apenas por um dia...
E viverei o resto da vida
acreditando que o amor
existiu pra mim
e que não era utopia!...


(Ginna Gaiotti®)

M@ria

A ÚLTIMA TAÇA


Estou andando no rumo da saudade,
Na qual tudo se despede, fatalmente
Sem pretensão, mas definitivamente,
Pois traz consigo uma nova realidade.

Ergo sem medo a última taça do desejo,
Pois finda aí, sem mágoa, toda a ilusão,
A mesma que bordou em meu coração,
O sonho, que ora se esvai sem um beijo.

Da rosa vermelha que retrata a paixão,
Com a pomba branca, num eco de paz,
Junto à taça de rosa, segurada na mão,

Mostram o duplo mistério, mas pertinaz,
E quando desfolhada, estirada pelo chão,
Para quem já não pode se mostrar capaz.

Marco Orsi



M@ria

OBSOLETA


.
Dos versos que te fiz, restaram poucos
Alguns já desbotados pelo tempo
Já nada falam; mudos, cegos, loucos
Debatem-se nas gavetas, sufocados
.
Das letras que eram quentes, nada resta
Hoje são cinzas; frias, ásperas e amargas
Nada mais dos rumores de vida em festa
Nada além de rotas frases engasgadas...
.
Do verbo que ergueu a nossa vida; nada
Nada mais restou; de pé, nenhuma letra
Nossa história, por completa, apagada
Nossa poesia, fragmentada, enfim obsoleta...

.
(Lena Ferreira)

M@ria

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Inconstância

Procurei o amor, que me mentiu.
Pedi à vida mais do que ela dava;
Eterna sonhadora edificava
Meu castelo de luz que me caiu!

Tanto clarão nas trevas refulgiu,
E tanto beijo a boca me queimava!
E era o sol que os longes deslumbrava
Igual a tanto sol que me fugiu!

Passei a vida a amar e a esquecer...
Atrás do sol dum dia outro a aquecer
As brumas dos atalhos por onde ando...

E este amor que assim me vai fugindo
É igual a outro amor que vai surgindo,
Que há-de partir também... nem eu sei quando...

(Florbela Espanca)

RMoon

domingo, 18 de outubro de 2009

VERSOS...


Os versos em revoada
Faz no coração a pousada.
Tira a dor e a tristeza.
Mostra o amor como fonte de fortaleza!

Versos e belas rimas
No peito eleva a estima.
Converte em canção;
Uma feliz satisfação!

Versos que nascem e inspiram poesias
No amanhecer ou entardecer do dia.
Percorre e anuncia a felicidade.
Para ser do amor a realidade!

Versos que mandam sonhar
Viver e os realizar.
Pede fé e paciência;
E uma pacífica vivencia!

Versos declamados
Aplaude o êxito conquistado.
Coloca o amor em primeiro plano.
É o assunto do cotidiano!

Versos de paixão
Dança no coração;
De mão dada com a emoção... Infinita.
É o complemento que o amor possibilita!


Hortência Lopes

M@ria

“AMOR PELOS CORREIOS”


Eu hoje acordei,
Sem ter o que fazer...
Peguei lápis e papel,
E comecei a escrever...

Queria lhe enviar,
Uma carta de amor...
Mas que tivesse meu cheiro,
Também meu sabor...

Foi difícil de fazer,
Mas descobri um jeito...
Era mais uma loucura,
Mas nem tudo e perfeito...

Larguei o papel,
E em meu corpo escrevi...
Fui aos correios,
E me despachei para ti...


RAUL DIAS

M@ria

ARCO-ÍRIS


Os meus olhos ficam deslumbrados
Quando vejo um arco-íris no céu
Deixando belos rubis crivados
Pincelando suas cores num véu

Anunciando no ar a calmaria
Depois de cessada a tempestade
Os pássaros em sua romaria
Voam felizes com a liberdade

Faço meu vôo nas asas do vento
Com meus pensamentos coloridos
Entoando uma canção no momento
Vou em busca dos sonhos perdidos

E na beleza das emoções
Com minha aquarela vou pintando
Uma bela tela com lições
Que na trajetória vou celebrando


Neneca Barbosa

M@ria

sábado, 17 de outubro de 2009

Trago-te flores

As flores que trago hoje
Colhi ao longo do caminho
Algumas vieram de minhas lágrimas
Outras o vento as trouxe sorrindo

Receba-as com alegria
Pois nem uma, com o tempo se perderá
Serão para ti muito mais que um carinho
Perfumei-as com amor antes de lhes entregar

Saiba... Tudo que vivi e senti
Nenhum caminho foi inútil ou em vão
Em todos os momentos, circunstâncias
Plantaram flores em meu coração

Hoje sigo caminho, muito mais serena
Muito mais plena
Levo comigo apenas uma certeza
O melhor de Deus ainda está por vir!

(Arnalda Rabelo)

RMoon

Você veio


Chegaste timidamente e
Insistentemente ficaste a me olhar
Nem percebeu meu esforço
Para de teus olhos os meus desviar
Tambem tive medo que pudesse notar
Todo amor que devotadamente sempre quis lhe dar.

E ficamos assim, sem saber como proceder
Como dar vazão a este tão grande querer
Sem nos conter tentamos nos aproximar
Mais, forças invisíveis nos fazem parar
Este amor não pode acontecer.

Temos compromissos alem deste querer
E às vezes acontece mesmo assim
De duas pessoas se amarem
E não poderem se unir.

Lete Dias


M@ria

O ENAMORADO DAS ROSAS


Toda manhã, ao sol, cabelo ao vento,
Ouvindo a água da fonte que murmura,
Rego as minhas roseiras com ternura,
Que água lhes dando, dou-lhes força e alento.

Cada um tem um suave movimento
Quando a chamar minha atenção procura
E mal desabrochada na espessura,
Manda-me um gesto de agradecimento.

Se cultivei amores às mancheias,
Culpa não cabe às minhas mãos piedosas
Que eles passassem para mãos alheias.

Hoje, esquecendo ingratidões mesquinhas,
Alimento a ilusão de que essas rosas,
Ao menos essas rosas, sejam minhas.


Olegário Mariano

M@ria

Re-verso I


Contemplei-te bela em meus sonhos
Descobri-te suave o corpo
Com toda ternura desnudei-te
E num só beijo calei-me em ti.

Re-verso II

Quero-te sempre na lembrança
Separada de todas as minhas dores
E no correr do tempo recordar
Todas as nossas loucas aventuras.

Re-verso III

Volta-te para o meu existir
Num abraço de tanta espera
Neste tempo que ainda aguarda
Os meus e os teus desejos de nós.


Jaak Bosmans

M@ria

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Auto-Retrato

Lágrima
(que para tantos é dor)
para mim é chuva breve
horizonte
brisa leve
arco-íris
sol e cor

é palavra a ganhar rima
poema que me fascina
o verso que me seduz
meus olhos são como tela
vendo a vida da janela
pintura, sombra e luz

e cada lágrima que brota
sabendo que ninguém nota
qual rio desaguando ao léu
refaço-me passo a passo
descubro em suaves traços
que meu mundo é um pincel.

(Alice Daniel)

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

DESEJO A VOCÊS...


Rir como criança
Ouvir canto de passarinho.
Sarar de resfriado
Escrever um poema de Amor
Que nunca será rasgado
Formar um par ideal
Tomar banho de cachoeira
Pegar um bronzeado legal
Aprender um nova canção
Esperar alguém na estação
Queijo com goiabada
Pôr-do-Sol na roça
Uma festa
Um violão
Uma seresta
Recordar um amor antigo
Ter um ombro sempre amigo
Bater palmas de alegria
Uma tarde amena
Calçar um velho chinelo
Sentar numa velha poltrona
Tocar violão para alguém
Ouvir a chuva no telhado
Vinho branco
Bolero de Ravel
E muito carinho meu.


Carlos Drummond de Andrade

M@ria

Aquele que conhece os outros é sábio;
mas quem conhece a si mesmo é iluminado!
Aquele que vence os outros é forte; mas
aquele que vence a si mesmo é poderoso!
Seja humilde e permanecerás íntegro.


- Lao Tsé –

M@ria

Regulamento

Eu não juro nada
Por coisa alguma,
pois que todo caminho é incerteza.
A ordem se desarruma,
a história se desajeita,
o arranjo troca de lado e vira a mesa.
Tampouco prometo.
Nesse jogo de regras e tratos,
rolam os dados,
mudam os fatos,
num ciclone célere, inclemente.
Só o que posso é me entregar completamente
a toda causa que me dedicar,
a cada tempo que eu puder viver,
a cada amor que me fizer amar.

(Flora Figueiredo)
RMoon

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Saudades


Nas horas mortas da noite
Como é doce o meditar
Quando as estrelas cintilam
Nas ondas quietas do mar;
Quando a lua majestosa
Surgindo linda e formosa,
Como donzela vaidosa
Nas águas se vai mirar!

Nessas horas de silêncio
De tristezas e de amor,
Eu gosto de ouvir ao longe,
Cheio de mágoa e de dor,
O sino do campanário
Que fala tão solitário
Com esse som mortuário
Que nos enche de pavor.

Então - proscrito e sozinho -
Eu solto aos ecos da serra
Suspiros dessa saudade
Que no meu peito se encerra
Esses prantos de amargores
São prantos cheios de dores:
Saudades - Dos meus amores
Saudades - da minha terra!


Casimiro de Abreu

M@ria

Acalanto

Depois do desespero, uma brisa
depois do destempero,
uma dose de vida
uma paixão inesperada,
uma voz antiga
uma calça amassada
uma alma mais atrevida
uma rima improvisada
junto aos sonhos na bolsa
mal arrumada
à Santa a despedida
a lua como morada
e vou pelas ruas vadias
as dores não cicatrizadas
disfarçadas, exalando poesia.

(Tonho França)

RMoon

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Mascarados


Saiu o Semeador a semear
Semeou o dia todo
e a noite o apanhou ainda
com as mãos cheias de sementes.
Ele semeava tranqüilo
sem pensar na colheita
porque muito tinha colhido
do que outros semearam.
Jovem, seja você esse semeador
Semeia com otimismo
Semeia com idealismo
as sementes vivas
da Paz e da Justiça.

(Cora Coralina)

M@ria

Há uma criança...

Há uma criança morando em mim
Que nunca cresce
Ela acredita num mundo cor de rosa
Onde o amor ainda prevalece
Sente flores no outono
Colhe sol no inverno

Acredita no perdão
No amor
E na paz
Acredita em amigos verdadeiros
Que se doam por inteiro
Acredita em fadas com varinha de condão
E no poder de tocar o coração

Brinca de faz de conta
E faz de conta que o mundo é puro
E faz de conta que o mundo é bom

Há uma criança morando em mim
Sonhando com azuis
E amarelos
E verde esperança
Ah!...
Ela não se cansa!

(Arnalda Rabelo)

RMoon

domingo, 11 de outubro de 2009

PAISAGEM VII


Basta um pouco de dia nos olhos claros
como o fundo de uma água, e a raiva a invade,
a aspereza do fundo que o sol lamina.
A manhã que retorna e a encontra viva
não é tênue nem boa: perscruta-a fixa
entre as casas de pedra que o céu encerra.

Sai o corpo pequeno entre a sombra e o sol
como um lento animal, espreitando ao redor,
sem olhar para nada a não ser as cores.
Sombras vagas que vestem a estrada e o corpo
escurecem-lhe os olhos, meio entreabertos
como uma água, e nessa água transluz a sombra.

Os matizes refletem o céu tranquilo.
Mesmo o passo que pisa o lajedo, suave,
quase pisa nas coisas, como o sorriso
que as ignora e perpassa como água clara.
Dentro d'água ameaças furtivas escorrem.
Cada coisa do dia se crispa à idéia
de que a rua, sem ela, seria um vazio.


Cesare Pavese

M@ria

Fonte Cristalina


O amor é uma fonte cristalina
Onde o viajor sua sede sacia
Cansado sob o sol do deserto
Ele busca uma verde colina
Reabastecendo sua energia
Deixando seu coração desperto.

O amor é ter vida em plenitude
É dilatar o olhar no horizonte
É descobrir que bem mais além
Há um lugar de vicissitude
É entre os seres humanos a ponte
Levando-os a prática do bem.

O amor é a claridade do Ser
Que norteia seu caminho pra luz
Enlaçando para o crescimento
Através das lições do saber
Na alma a felicidade traduz
A beleza deste sentimento.


Neneca Barbosa

M@ria

sábado, 10 de outubro de 2009

Sonho


Quero sonho,
Penso em devorar-te aos pedaços.
Todo esse teu doce sabor, linha tênue
Entre o concreto e o abstrato.
Ser, desejo transformado,
Feito fruto proibido, puro pecado...
A molhar-me em rios a espera do teu nado furor...

Meu sonho projetado quer-te! Vem...
Castigar-me o corpo... Dominar-me a alma...
Do jeito que mereço... Desejar-te ao gosto,
A desembocar tua língua, nesse gozo que careço.

Vem e se delicie também com o meu sabor...


Lete Dias

M@ria

"CANTO CHÃO"


Sou o chão da tua raíz!
Não me pises meu amor!
Sou o tronco dos teus abraços!
Não os deixes cair
por favor!!Sou o lenço
das tuas pétalas não despedaçes a flor!
Sou a noite!sou o dia!sou um chão
de terra fria!
Sou o mel!sou o fel!
Sou o sabor dos teus beijos
Uma rosa perdida no jardim dos
teus sentidos
Sou um gesto por definir na baínha dos desejos."


(LuizaCaetano)

M@ria

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Três Amigas

Quando se encontraram
cheia, a lua, brilhava alta.
As faltas do inconsciente
que a gente da gente esconde
pulsaram na superfície.
Sem ao menos perceber
já estavam no porão
vasculhando assombrações
e vivendo, sem intenção,
as lembranças mais sagradas.

Muitas lágrimas nasceram,
quentes, em liberdade,
do fundo da intimidade
mais antiga do que elas
vinda, talvez, de outras eras.
Depois trocaram risadas
olhares telepáticos
e o mais enigmático:
uns silêncios eloqüentes.

São poetas, viu a lua,
talvez para compensar
a sensibilidade tão crua
tramando seus fios de prata,
achou de torná-las vizinhas.
De lá para cá, quando surge,
mesmo longe, é o mesmo céu,
em vez de esconder, tira um véu
e envolve suas almas nuas.

Ignorando distâncias
em seus raios, compartilha,
segredos e confidências
de amigas, irmãs, mães e filhas.
E tal qual na noite escura,
quando há lua, a solidão,
já não está mais sozinha.

(Alice Ruiz)

RMoon

O VELHO E A FLOR


Por céus e mares eu andei,
Vi um poeta e vi um rei
Na esperança de saber
O que é o amor.

Ninguém sabia me dizer,
Eu já queria até morrer
Quando um velhinho
Com uma flor assim falou:

O amor é o carinho,
É o espinho que não se vê em cada flor.
É a vida quando
Chega sangrando aberta
em pétalas de amor.


Vinícius de Moraes

M@ria

MAR DE AMOR


Toma meus segredos
Guardados no meu peito
Esse amor pelo mar que tenho,
Que me chegam
pelas ondas no meu leito.

Mar de maresias!
Sonho que guardo na vida,
Mareada minha cabeça gira
Nesse mar de maresias.

Ondas gigantes que me tragam,
Levam-me em distantes paragens,
Onde meu coração fincou estaca
Nas ondas da sua morada.

Meu amor pelo mar é antigo!
Nas suas águas de lembranças,
Mar que sempre me abriga
Nas minhas mais loucas esperanças.

Mar lindo e extenso mar!
Promessa de vida que o amor me dá.


MÁRCIA ROCHA

M@ria

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

As Rosas


Quando à noite desfolho e trinco as rosas
É como se prendesse entre os meus dentes
Todo o luar das noites transparentes,
Todo o fulgor das tardes luminosas,
O vento bailador das primaveras,
A doçura amarga dos poentes,
E a exaltação de todas as esperas.


Sophia de Mello Andresen

M@ria