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segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Minha Sombra

Tranqüila sombra
que me acompanhas,
em pedras rojas,
no ar te levantas,
acompanhando
meus movimentos,
pisada e escrava
por tanto tempo!

Vejo-te e choro
da companhia:
que nem sou tua
nem tu és minha.
E me pertences
e te pertenço,
mais do que à vida
e ao pensamento.

Sombra por sombra
toda abraçada,
levo-te como
anjo da guarda.

Tens tudo quanto
me quero e penso:
- frágil, exata.
(Amor. Silêncio.)

Ao despedir-me
do mundo humano
sei que te extingues
sem voz nem pranto,
no mesmo dia.
Preito como esse
tu, só, me rendes,
sombra que tinha!

Imensa pena,
que assim te deixe,
- ó companheira, -
sem companhia! ...

(Cecília Meireles)

RMoon

Um comentário:

Manu disse...

Olá Reggina!

Diz-me sombra onde te deitas
quando eu adormeço no escuro
que sentes, com que te deleitas
com meu passado ou teu futuro?

Sempre belos os poemas da imortal Cecília. Beijo grande.