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segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Ventania


O vento nada discreto
Sopra forte, e escandaloso.
Anuncia sua chegada.
É impossível não percebê-lo,
Não vê-lo tocando a copa das árvores,
Soprando nas janelas as cortinas,
Teimosamente penetrando
Pelas frestas das venezianas.
Uivando, assobiando,
Trazendo seus mistérios
Em seu incontido desejo de voar,
Deslizar por entre prédios
E fortes monumentos inertes.
Impetuoso e ao mesmo tempo ingênuo,
Sem constrangimentos se expõe
E se introduz entre as gentes,
Despenteando seus cabelos,
Colocando areia em seus olhos,
Penetrando suas veste,
Chamando a atenção.
É impossível não senti-lo
Acariciando as brumas,
Revoando as folhas já caidas,
Erguendo do chão o banal.
Ah, vento! Varre por favor minha dor!
Tira de mim a angústia e o temor,
mas não me desnudes com teu ímpeto
porque neste momento meu coração não pode se expor...
Ela está aqui dentro e ninguém pode saber.
Tira de mim vento forte, o medo de viver,
mas não tire de mim a coragem de amar.


M@ria

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