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quarta-feira, 2 de setembro de 2009

‘AS MINHAS MÃOS’


As minhas mãos magritas, afiladas,
Tão brancas como a água da nascente,
Lembram pálidas rosas entornadas
Dum regaço de Infanta do Oriente.

Mãos de ninfa, de fada, de vidente,
Pobrezinhas em sedas enroladas,
Virgens mortas em luz amortalhadas
Pelas próprias mãos de oiro do sol-poente.

Magras e brancas... Foram assim feitas...
Mãos de enjeitada porque tu me enjeitas...
Tão doces que elas são! Tão a meu gosto!

Pra que as quero eu - Deus! - Pra que as quero eu?!
Ó minhas mãos, aonde está o céu?
...Aonde estão as linhas do teu rosto?


Florbela Espanca
(In: 'Charneca em Flor')

4 comentários:

Manu disse...

Olá Maria!

Mãos que dão vida a este poema
qual a palavra que mais vos agrada
perdoem esta pergunta, ó dilema
enfureci-vos, tendes a mão fechada

Mãos... uma ferramenta dos poetas. Beijos.

Rafael Castellar das Neves disse...

Que bela descrição...gostei da forma como descreveu...tem vida!

Parabéns...gostei deste blog e estou vendo os de vocês...

Abraço,

Rafael

M@ria & Reggina Poesias disse...

Obrigada Manu....Bom te ver por aki.
Suas opiniões sempre são importantes.

Beijos prá ti!

M@ria & Reggina Poesias disse...

Obrigada Rafael pela visita....Volte sempre.

Abraços prá ti!