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quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Poema

Imprimo no poema as minhas letras tatuadas,
letras vadias,
andarilhas,
ciganas sem baralhos
Imprimo a letra da poesia por dentro do ventre
e dentro das gavetas, à chave
Do poema, apenas imploro um olhar cheio de desejo,
que já sou lua
ou nem sei quem sou
Pássaro colorido o poema que voa
por sobre os céus da minha cabeça,
por sobre o céu da minha boca
E lá vou eu, mastigando as letras,
mastigando a palavra que nunca te disse,
passando a língua molhada em cada verso
de amor ou tristeza,
engolindo cada sílaba
como se sorve bebida, homem,
flor ou criança
Bandida, a poesia
que dorme e acorda morta de sono
e não me deixa dormir
e não me deixa viver
e não me deixa
Vem o poema e aperta o gatilho
e me fere no peito e me mata,
e me deixa mais tonta,
mais louca que sou
E te aceito assim, te quero assim,
poema de todas as formas
como bicho, vida, sol e chão

(Valéria Braga)

RMoon

Um comentário:

Manu disse...

Olá Reggina!

Num poema sou tudo de mim
louco, audaz e até amado
só sei ser um poema assim
poema livre, poema declamado

Beijos